Por
Dr. Silvio Gioppato*
O café e o chá são as bebidas estimulantes,
socialmente aceitas, mais consumidas no mundo. Estima-se que, aproximadamente,
90% dos adultos no planeta consumam café diariamente. Porém, o hábito varia de
região para região e de país para país de acordo com fatores socioculturais e
de desenvolvimento econômico.
O café é preferido nos países
desenvolvidos, particularmente na Europa, à exceção da Inglaterra e Irlanda,
onde a preferência é pelo chá. Nos Estados Unidos, mais de 150 milhões de
pessoas consomem café diariamente e no Japão a prática corresponde a quase 50%
da população adulta. E esse número vem crescendo a uma taxa de 1,3% ao ano
desde 1998.
Estima-se que os países desenvolvidos respondam
por 71% do consumo mundial de café. No Brasil, não existem estatísticas
oficiais, mas segundo dados da ABIC (Associação Brasileira da Indústria do
Café), a bebida está presente em 95% dos lares e a ingestão per capita é algo
em torno de 5kg de café torrado por ano.
O consumo diário também apresenta variações
de acordo com o sexo e os hábitos de vida. Estatísticas americanas, canadenses
e japonesas mostram que os homens bebem mais café do que as mulheres e os
fumantes mais que os não fumantes.
Substâncias
presentes no café
A maioria das pessoas ignora que, além da
cafeína, diversas outras substâncias bioativas estão presentes no cafezinho que
consomem diariamente, e essas substâncias podem ter um impacto maior do que a própria
cafeína sobre o organismo.
O grão de café verde possui uma grande
variedade de sais minerais, aminoácidos, vitamina B3, açúcares, lipídeos como
triglicerídeos e ácidos graxos livres, e ácido clorogênico, que é o componente
de maior concentração até que a própria cafeína. No entanto, a maioria dessas
substâncias sofre modificações durante o processamento do grão (secagem e
torra) e apenas a cafeína - que é o único componente termoestável - não se
altera. Todos os demais podem ser destruídos, modificados ou mesmo preservados,
dependendo do tempo e da temperatura de torrefação. Como exemplo, os ácidos
clorogênicos, que no processo de torrefação formam quinídeos, substâncias com potente
ação sobre o sistema nervoso central, produzindo sensação de bem-estar e podendo
colaborar na prevenção e tratamento da depressão.
A
influência do modo de preparo na composição do café
Do mesmo modo que o processamento do grão
pode modificar a composição do café, a forma de preparo também. Existem várias
técnicas que variam de país para país ou mesmo de região para região dentro de
um mesmo país. No Nordeste do Brasil, por exemplo, prevalece o preparo do café
fervido ou estilo escandinavo (sem filtração do pó). Já no Sudeste, a
preferência é pelo filtrado (filtro de papel) ou à moda brasileira, no filtro
de pano. Existe ainda o café espresso preparado pela passagem da água quente
sob pressão pelo pó compactado, além do café instantâneo.
Em cada uma dessas técnicas, o resultado
final será diferente e consequentemente os efeitos sobre o organismo também. Nas
formas fervido e espresso há uma maior concentração de gorduras por dose. Já no
café filtrado, as gorduras e parte da cafeína ou não são extraídas do pó ou
ficam retidas no filtro.
Efeitos
sobre o organismo
Sistema
Nervoso Central
– Tem sido demonstrado que a cafeína exerce efeitos sobre o humor e o
comportamento tanto de forma aguda como crônica, entretanto, esses efeitos variam
dependendo da população em estudo, da quantidade e da duração da exposição à substância.
Em pessoas descansadas, doses baixas ou moderadas (1 a 2 xícaras por dia)
melhoram o estado de alerta e o tempo de reação. Nos indivíduos privados do
sono, a cafeína atua positivamente numa variedade de funções, incluindo
aprendizado e tomadas de decisões. De modo geral, o consumo de café leva a um
aumento no estado de alerta, na energia mental e na capacidade de concentração,
particularmente em indivíduos fatigados ou trabalhando a noite.
Dor
de cabeça
– A cafeína tem propriedades farmacológicas que podem aliviar ou gerar dor de
cabeça. Há muito tempo tem sido utilizada no tratamento desse tipo de dor por
suas ações analgésicas, contudo, em algumas pessoas o uso crônico do café está
associado à ocorrência de enxaqueca. Os mecanismos dessa divergência de ações
ainda não estão totalmente elucidados.
Parkinson
e Doença de Alzheimer
– As evidências ainda são pequenas e os mecanismos ainda não esclarecidos, mas
estudos mostram que o consumo regular de café pode conferir uma proteção contra
o desenvolvimento tanto da doença de Parkinson quanto do Alzheimer.
Câncer - Não há qualquer
evidência que aponte a relação entre consumo de café e ocorrência de qualquer
tipo de câncer. No entanto, existem razões para postular que o café pode
reduzir o risco de câncer por causa das suas propriedades antioxidantes.
Osteoporose
–
Vários estudos sugerem uma relação inversa e dose-dependente entre consumo de
café e redução na densidade óssea. Um estudo com mulheres idosas (70-73 anos) apontou
que o consumo de cinco ou mais copos de café por dia se associou a redução da
densidade óssea. Outro mostra que em mulheres em uso de cálcio, o consumo de
café teve efeito sobre a densidade óssea. Mas no grupo de mulheres sem
reposição de cálcio houve uma relação inversa entre o consumo de café e a densidade
óssea.
Performance
atlética
- Muitos estudos mostram que a cafeína melhora o desempenho físico numa grande
variedade de atividades físicas com componentes aeróbicos. Tanto que o Comitê
Olímpico Internacional proíbe concentrações de cafeína urinária acima de
12mcg/dl, que corresponderia a uma ingestão de três a seis copos de café. Os
atletas são avisados desses riscos e orientados a não consumir mais de três
xícaras por dia.
Mortalidade – Estudos
observacionais apontam uma relação inversa e dose-dependente entre consumo de
café e mortalidade. Uma grande meta-análise de 2014 com 18 estudos prospectivos
encontrou que o consumo moderado de quatro xícaras por dia se associou a uma
redução de 16% no risco de morte por todas as causas. O maior desses estudos
foi conduzido nos EUA e envolveu cerca de 400 mil pessoas que foram
acompanhadas por 13 anos. Houve uma redução de 10% no risco de morte entre os
homens e 13% entre as mulheres que consumiram de duas a três xícaras por dia.
O máximo benefício da cafeína é visto em doses
moderadas de 2 a 3mg/kg com poucos efeitos colaterais.
*Dr. Silvio Gioppato é médico
cardiologista, coordenador médico-científico nos serviços de Cardiologia
Invasiva do Hospital Vera Cruz, em Campinas, e no Instituto Dr. Jayme Rodrigues
do Hospital São Vicente de Paulo, em Jundiaí. E também é médico hemodinamicista
colaborador do Hospital Bandeirantes, em São Paulo.
Eu amo café,agora descobri uma receita de bater cubos de café congelado no liquidificador com sorvete e leite,fica ótimo experimenta pra vc ver,beijos
ResponderExcluirBlog Erika Mileyse
Nossa eu adorei a sua receita!!
ExcluirVou testar ainda!
Kisses!
Amo quando chego em casa e sinto aquele cheirinho de café gostoso no ar , bom demais !!! Acho sim , que o café faz muito bem a saúde !! Adoreii o post ,beijos ;o)
ResponderExcluirAii o cheiro é perfeito né?
ExcluirEu também amoooo!!
Kisses!
Já seg o blog !!Beijos
ResponderExcluirEu sou a louca do café, sou apaixonada, viciada e não me imagino sem tomar um golinho todo dia, sou daquelas que se ficar sem sofre de abstinência então já viu néh?
ResponderExcluirAdorei o post, mas mesmo com tantos alertas, o café só me faz bem, e tem que ser amargo !
Beijocas
Rô
Momento Quality
Eu sou apaixonada pela minha Dolce Gusto.
ExcluirMas tem que ser tudo com muiiiito açúcar! rs
Kisses!